Estação de Tratamento de Esgoto Samambaia terá capacidade para tratar resíduos de 40 mil habitantes quando segunda etapa for concluída
2018 vai ser um marco para o Meio Ambiente em São Pedro. Após investimentos de aproximadamente R$ 16,5 milhões apenas em esgoto, com recursos oriundos do Fehidro (Fundo Estadual dos Recursos Hídricos) e contrapartida municipal, a Estância turística vai inaugurar sua primeira ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de grande porte. Localizada no bairro Vale do Sol, ao lado do ribeirão Samambaia, a Estação que começa a funcionar no primeiro semestre do próximo ano, vai tratar o esgoto de 20 mil habitantes. Será um grande salto, já que atualmente o município tem apenas a Estação de Tratamento do Horto Florestal, com capacidade para tratar o esgoto de 4.000 habitantes.
Também em 2018 começa a ser construída a segunda etapa da ETE Samambaia, que vai dobrar a capacidade de tratamento e atender outros 20 mil habitantes. A licitação já realizada foi vencida pela empresa DT Engenharia. O prazo de execução da obra é de 8 meses após a assinatura do contrato, prevista para primeiro trimestre. Outra obra planejada para o próximo ano é uma ampla reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto do Horto. Com esta obra, a capacidade desta ETE passará dos atuais 4.000 para 10 mil habitantes. Este projeto, orçado em R$ 5,9 milhões, já foi classificado no Fehidro.
“Além dos ganhos ambientais, muito importantes para uma cidade como a nossa, que é uma Estância Turística e preza pela qualidade de vida, estas obras vão abrir portas para outros recursos ligados ao Meio Ambiente”, destaca o vice-prefeito e diretor-presidente do Saaesp (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Pedro), Thiago Silva.
Um dos exemplos práticos é a cobrança pelo uso da água, valor considerado importante instrumento de gestão e que tem entre suas missões incentivar o uso racional e sustentável da água. A cobrança é calculada levando-se em consideração os volumes de água captados (água superficial e água subterrânea), os volumes de água consumidos (não devolvidos) e a carga de DBO (carga orgânica) lançada nos corpos d’água. Como este volume vai diminuir consideravelmente com o tratamento de esgoto, o valor pago mensalmente à Agência das Bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) também será reduzido. Os valores arrecadados retornam às bacias em forma de projetos e obras que visam a melhoria em diversas áreas, como a de esgotamento sanitário e a de controle de perdas de água no abastecimento público, por exemplo.
Além da construção da ETE, o pacote de obras inclui também a instalação de coletores de esgoto e elevatórias em diversos pontos da cidade que vão garantir o ‘caminho’ de todo esgoto coletado nas aproximadamente 13.000 residências atendidas pela Saaesp até a Estação.
“Todo este processo incluiu várias etapas, como desapropriações, aquisições, outorgas, licenciamento ambiental, documentação de áreas, elaboração de plano e projetos a longo prazo, todos previstos no Plano Municipal de Saneamento Básico, elaborado em 2013”, cita o diretor-presidente do Saaesp.
Para o prefeito Helinho Zanatta, esta é mais uma conquista a ser comemorada. “Tudo foi feito com base em planejamento e projetos que levam em conta o desenvolvimento sustentável de São Pedro”, disse. “É a conquista de um sonho que vai garantir não apenas ganhos ambientais para São Pedro, mas também o desenvolvimento, já que com a ETE, a cidade vai poder receber novos empreendimentos, tanto no ramo imobiliário como em outras áreas, o que significa geração de emprego e novas oportunidades ” enfatizou o prefeito.
DIFERENCIAIS – A ETE Samambaia foi projetada para utilizar um sistema de tratamento holandês, com material de última geração. A estação é compacta, com reatores anaeróbios e aeróbios; sistema de desinfecção por meio de hipoclorito de sódio; tanque de contato; sistema de desaguamento do lodo por meio de decanter centrífugo (separação contínua e homogênea de sólidos e líquidos) e estruturas complementares; uma estação elevatória e 2.500 metros de linha de recalque e 80 metros de coletor de interligação.
Desde 2015, o Saaesp recebeu R$ 20 milhões em recursos do Fehidro. Além das obras destinadas ao tratamento de esgoto, estão nesta lista outras obras importantes como a construção da Estação de Tratamento de Lodo, que garante economia de 2,4 milhões de litros de águas por mês, antes descartados após a lavagem dos filtros utilizados no sistema de tratamento de água da ETA (Estação de Tratamento de Água) 1, responsável pelo abastecimento de 70% de São Pedro e também melhorias na Estação de Tratamento de Água. Quando considerados também os valores já classificados pelo Fehidro, o valor do investimento sobe para R$ 29 milhões. Se levados em conta os investimentos em esgoto, o total é de R$ 26 milhões.
NOVO FOCO – Com a questão do esgoto atendida por estes projetos, o próximo foco do Saaesp será a água, especialmente nos assuntos relacionados ao controle de perdas, como a automação e setorização do sistema de abastecimento. Projetos com esta finalidade já foram protocolados no Fehidro em busca de recursos.