Orientações do Saaesp são bem recebidas pela população

O assunto pode ser, literalmente, “árido”, mas a missão de Ricardo Bunscheit, funcionário do Saaesp (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Pedro) é justamente reverter esta situação. Todos os dias, ele percorre vários pontos da cidade em uma moto. Ao deparar com uma situação de desperdício de água – como lavagem de calçadas ou áreas externas da casa com mangueira, por exemplo – para a moto e vai conversar com o morador. “Com muita calma, paciência e uma dose bem generosa de educação converso com as pessoas, destacando a importância de não desperdiçar especialmente no período de estiagem como o que estamos vivendo”, conta Ricardo.

A “receita” gera resultados positivos. “90% das pessoas são receptivas”, informa Ricardo. Um dos exemplos bem sucedidos foi a recepção da técnica em Meio Ambiente Cláudia Capreci, moradora do bairro Mariluz. “Acho essa iniciativa excelente. A abordagem é feita de uma maneira muito positiva”, disse. Para Cláudia, esse tipo de atitude ajuda a despertar a consciência coletiva. “A água é essencial para todos e o planeta está gritando por socorro”, destaca. Ciclista, Cláudia relata também que a situação crítica dos mananciais pode ser vista de forma bem prática. “Fomos fazer um passeio de bicicleta em um trecho do Araquá que a água batia na cintura do meu marido. 15 dias depois, no mesmo trecho, a água não chegou nem a molhar o shorts”, lamenta.

O funcionário do Saaesp faz, em média, 15 abordagens por dia desde que a ação teve início, no dia 19 de julho. As práticas mais observadas são a utilização de mangueira para lavar o quintal e a calçada. “Peço a colaboração de todos, lembro que o racionamento pode ser evitado se todos fizerem a sua parte e que a economia de água também vai trazer benefícios financeiros”, relata Ricardo.

A principal motivação é de orientação, mas a legislação prevê a possibilidade de multa. O morador que foi orientado e voltar a adotar uso considerado inadequado para o período de estiagem pode ser multado em R$ 109,61. A reincidência gera multa de R$ 164,41. A legislação prevê até corte do fornecimento de água para aqueles que insistirem na prática.

ABASTECIMENTO – Com poucas chuvas registradas em 2018, São Pedro viveu período classificado como crítico. No dia 30 de julho completaram-se 134 dias sem registro de chuva acima de 10 mm.

“Apesar do período difícil, conseguimos manter o abastecimento em toda a cidade, diferente de outros locais que precisaram adotar medidas extremas, como o racionamento”, destaca o presidente do Saaesp, Thiago Silva, “Pedimos que a população continue controlando o consumo, evite lavar calçadas e carros”, complementa.

Outra ação tomada pelo Saaesp neste período é a campanha de conscientização, com distribuição de folhetos e cartazes que estimulam o combate ao desperdício, além de ações desenvolvidas nas escolas também sobre o tema.